Nossa Política: Intensificar a Luta Pela Paz
Assegurar o êxito da campanha de assinaturas por um Pacto de Paz é dever de honra de cada comunista

Luiz Carlos Prestes

Outubro de 1951


Primeira Edição: ....
Fonte: Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 36 - Set-Out de 1951.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
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Nunca foram tão grandes como no momento atual as forças que no mundo inteiro lutam pela paz, que se unem e se mantêm vigilantes a fim de impedir que os incendiários de guerra do campo da reação e do imperialismo levem a humanidade aos horrores de uma terceira guerra mundial. Mais de 400 milhões de seres humanos já assinaram até agora o Apelo do Conselho Mundial da Paz por um Pacto de Paz entre as cinco grandes potências e à frente do campo das forcas da paz está a poderosa União Soviética, cujo prestígio político entre as grandes massas populares cresce diariamente em virtude da sua firme e conseqüente política de paz.

Isto não significa, porém, que os provocadores de guerra já tenham sido desarmados e que diminua sequer o perigo de uma nova guerra mundial. Muito ao contrário. A ameaça que pesa sobre os povos torna-se cada dia maior e nunca foi tão grande como agora o esforço desesperado que fazem os círculos dirigentes do imperialismo americano e inglês para lançar o mundo nos estertores de uma nova guerra mundial.

Prossegue com selvageria crescente a criminosa guerra contra o povo da Coréia e o governo dos Estados Unidos intensifica abertamente seus preparativos militares visando criar novos focos de guerra e muito especialmente a agressão contra a União Soviética, contra a China Popular e as democracias populares do Oriente da Europa.

A remilitarização da Alemanha ocidental, a criação de uma rede de bases militares em torno da União Soviética e o mais próximo possível de suas fronteiras, a ocupação dos principais países da Europa ocidental pelas forças armadas ianques, o reforçamento ostensivo do regime nazista de Tito como foco de provocação, e, mais recentemente os entendimentos já abertos de Truman com Franco, o carrasco nazista do povo espanhol, tudo isso revela o caráter guerreiro e agressivo da União do Atlântico Norte, criada por iniciativa do governo norte-americano. Simultaneamente, o governo Truman faz ressurgir o militarismo japonês e responde a todas as propostas soviéticas de paz, de conversações, visando o desarmamento e o entendimento entre os povos, com sucessivos e crescentes programas de fabricação de armamentos que atingem cifras gigantescas jamais conhecidas.

Segundo Truman e todos os propagandistas de guerra, essa política visa defender a "democracia" e a "civilização cristã", expressões que, como vimos, encobrem a "civilização" e a "democracia" de Franco, dos generais nazistas e dos militaristas japoneses, dos criminosos de guerra Mac Arthur e Ridway. Não é evidentemente ao povo dos EE. UU. que pode interessar essa política de guerra. Conforme as informações do próprio Truman em seu recente relatório econômico ao Congresso, relativo ao primeiro semestre do corrente ano, enquanto o custo da vida continua a subir no país, 50 % das famílias americanas não conseguiram nenhum aumento e 20% tiveram mesmo diminuídos seus rendimentos. Sobem espetacularmente — isto, sim — os lucros dos grandes monopólios. Poucos meses depois de iniciada a guerra na Coréia, já o National City Bank of New York podia registrar com júbilo que os lucros das 500 maiores sociedades anônimas cresceram de 54% no terceiro trimestre de 1950 em confronto com idêntico período do ano anterior.

É a esse negócio infame, a essa transformação em ouro do sangue do povo coreano e da juventude que morre na Coréia, inclusive norte-americana, que os propagandistas de guerra chamam de "prosperidade econômica" ou mesmo de "época áurea", como teve o cinismo de escrever o sr. Júlio de Mesquita Filho, diretor do "O Estado de São Paulo"(1), defensor destacado em nossa terra dessa mesma "civilização cristã" de Truman, de Franco e dos grandes latifundiários paulistas.

Continua crescendo, pois, o perigo de uma nova guerra mundial. Neste momento somos mesmos nós, os povos latino-americanos, os que estamos mais imediata e diretamente ameaçados de sermos arrastados, como gado de corte, para as aventuras guerreiras de Truman "em qualquer parte do mundo". As decisões tomadas, em Abril último, na Conferência dos chanceleres em Washington, fazem parte desses planos de guerra e, através delas, todos os governos latino-americanos ficaram definitivamente amarrados ao carro de guerra dos monopólios ianques e politicamente submetidos ao governo de Washington Por intermédio do Secretário Geral da ONU e do seu embaixador em nossa terra. Truman já exige abertamente soldados brasileiros para que sejam enviados à Coréia e o gangster Edward Miller, secretário de Estado adjunto, continua formulando apelos para que “os países da América façam o supremo sacrifício — são palavras suas – de enviar homens para a luta na Coréia", ao mesmo tempo que resmunga atrevidamente contra a atitude dos povos latino-americanos, cuja "ajuda" para a guerra na Coréia diz que foi até agora "desapontadoramente insuficiente".

Isto significa que as exigências aumentam e que a pressão do imperialismo sobre o governo do sr. Vargas continua crescendo. A ameaça portanto, é cada dia maior e só a ação unida de todo o povo poderá impedir que o sr. Vargas atenda afinal às exigências de seus patrões e arraste o país para a guerra. Mas, se os soldados brasileiros ainda não foram enviados para a Coréia, se o governo do sr. Vargas continua negando que tenha a intenção de mandar nossos marinheiros para o teatro de guerra, nem por isso deixa de continuar fazendo uma política de preparação intensiva para a guerra, que procura encobrir aos olhos das grandes massas populares com o objetivo de surpreendê-las com os fatos consumados no momento que lhe parecer mais favorável, dentro evidentemente, daquele "tempo útil"'a que se refere na sua nota oficial de 30 de Junho último, em que, contra a vontade manifesta da nação e contra os próprios termos da Constituição do país, assume publicamente o compromisso de enviar tropas brasileiras para as aventuras guerreiras de Truman.

Nosso povo, no entanto, já sente diretamente em sua própria carne as terríveis conseqüências dessa política de guerra e de entrega total do pais ao imperialismo. O rápido encarecimento do custo da vida é a conseqüência mais sensível dessa política de traição nacional do sr. Vargas que declara não ter recursos para melhorar os transportes no país, ou para determinar o aumento do salário de fome dos operários da E. F. Central do Brasil, ou mesmo para socorrer de maneira mais eficiente as populações nordestinas vitimadas pela seca e pela fome, ao mesmo tempo que compra cruzadores velhos nos Estados Unidos, e faz outras despesas militares que já orçam em cerca de dois bilhões de cruzeiros. Enquanto os víveres apodrecem no interior do país, em prejuízo total para os pequenos produtores e vantagem para os intermediários e especuladores, as principais ferrovias do país são sobrecarregadas com o transporte em escala crescente e em condições onerosas dos minérios que vão alimentar a indústria de guerra norte-americana.

Além disto, a dependência econômica em que a política de Dutra e Vargas colocou nosso país em relação aos Estados Unidos, tem como conseqüência a inflação de preços e monetária, como decorrência inevitável da economia de guerra nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo que pagamos cada vez mais caras as matérias primas necessárias à indústria do país (enxofre, cobre, folha de flandres, barrilha, etc.) e os produtos manufaturados que importamos, somos obrigados a aceitar os preços teto unilateral e arbitrariamente fixados pelo governo Truman para os nossos produtos de exportação, a começar pelo café, para não falar nos minérios que são entregues por preços muito inferiores aos dos mercados mundiais.

Nestas condições, marchamos para o desequilíbrio crescente na balança de pagamento do país, porque, apesar do "déficit" já registrado na balança comercial, continua o governo a permitir a remessa vara o exterior dos lucros das empresas estrangeiras — Light, Standard Oil, Anderson Clayton, General Motors, United States Steel e muitas outras — a cambio preferencial e de favor.

Isto significa a inevitável desvalorização do cruzeiro, já preparada com o projeto do governo enviado ao Congresso, criando o mercado livre de cambio, e, portanto, um novo salto na inflação monetária e um encarecimento do custo da vida em tais proporções que anulará por completo os pequenos aumentos de salários que vão sendo agora conseguidos pelos trabalhadores através de longas e duras lutas.

Além disso, a bancarrota financeira terá como conseqüência uma submissão ainda maior do governo do país aos financistas de Wall Street e a capitulação definitiva do sr. Vargas às exigências do Departamento de Estado norte-americano. Já se anuncia, não por acaso, certamente, a viagem aos Estados Unidos do ministro da Fazenda, sr. Lafer, que em companhia de Valentim Bouças e outros cínicos agentes do imperialismo, vai apressar os entendimentos a respeito de um novo empréstimo que, como já é sabido e notório, só será concedido em troca da maior exploração econômica do país e do sangue, de nossa juventude.

A terceira guerra mundial é o que cada vez mais deseja o sr. Vargas e a minoria reacionária que domina o país, na esperança de conseguir bons negócios e grandes lucros e como única solução que vêem para os problemas nacionais que são incapazes de resolver senão a custa de sacrifícios crescentes para as grandes massas trabalhadoras. Com o desencadeamento de uma nova guerra mundial, pensa o sr. Vargas que será possível impor a reação fascista no país, e assim, enfrentar com êxito o descontentamento crescente das grandes massas trabalhadoras, sangrar o povo a frio e desviar as massas do caminho da revolução.

Mas, se são esses os desejos sinistros dos homens que ainda governam o país, é em sentido diametralmente oposto que se manifesta a maioria esmagadora da nação. Mais de quatro milhões de brasileiros assinaram o Apelo de Estocolmo, e mais recentemente quando o Secretário Geral da ONU solicitou soldados brasileiros para a matança na Coréia, foi a manifesta oposição do povo que obrigou o governo a manobrar, evitando qualquer resposta imediata e clara. Alias, já em 3 de Outubro de 1950, a maioria dos trabalhadores que, equivocados, ainda votaram no sr. Vargas, assim o fizeram porque pensavam votar contra a política de guerra e de traição nacional de Dutra, contra a miséria e a reação policial, sem imaginar que Vargas no poder não seria mais que um novo Dutra como dizia o Partido Comunista e os fatos, já agora, confirmam.

Estende-se cada vez mais entre o nosso povo a consciência do imenso perigo que o ameaça e da necessidade de fazer-lhe frente.

Aumentam a dia no país as possibilidades para o desenvolvimento e a consolidação de um amplo movimento contra a política de guerra do governo, em defesa da paz, contra as criminosas decisões da conferência de Washington, de um movimento capaz de se opor vitoriosamente aos intentos sinistros e sanguinários do imperialismo ianque e de seus lacaios brasileiros.

Tudo isso explica a repercussão que tiveram no país as Resoluções do II Congresso de Partidários da Paz, realizado em Varsóvia, e, muito especialmente, o franco apoio popular e de massas que recebe o Apelo do Conselho Mundial da Paz em favor de um Pacto de Paz, entre as cinco grandes potências: os Estados Unidos, a União Soviética, a China Popular, a Grã-Bretanha e a França.

Todos os partidários da paz que procuram agora angariar assinaturas entre o povo para o Apelo de Berlim informam unanimemente do interesse que o apelo desperta entre todas as camadas sociais que, diferentemente do que aconteceu na campanha anterior em torno do Apelo de Estocolmo, revelam agora um nível político mais alto, desejam discutir o problema da paz e se interessam por indagar da eficiência do método adotado para alcançar o objetivo colimado — evitar o desencadeamento de uma nova guerra mundial. A maioria esmagadora da nação sente cada dia mais claramente o imenso perigo que a ameaça e compreende que se torna indispensável agir para enfrentá-lo vitoriosamente.

Devemos, no entanto, reconhecer que, diante de tais possibilidades, ainda estamos atrasados. Não temos aproveitado de maneira suficiente essas imensas possibilidades para unir e organizar a vontade de paz de nosso povo na caudal única, capaz de efetivamente abalar e de fazer retroceder a minoria reacionária que quer arrastar o país para a guerra.

Na luta pela paz, visando despertar as grandes massas, alertá-las para o perigo que as ameaça e, simultaneamente, concorrendo para unir e organizar a todos os partidários da paz, de todas as classes e camadas sociais, tem hoje uma importância decisiva a campanha de assinaturas por um Pacto de Paz que, como muito bem afirma o Conselho Mundial da Paz, "está em condições de inclinar decisivamente a balança em favor da paz".

É com a intensificação da campanha de massas por um Pacto de Paz que os povos poderão agora vencer os obstáculos e quebrar a resistência dos incendiários de guerra que tudo fazem para tornar impossível o armistício na Coréia, desejado pelos povos do mundo inteiro, mas que só a força da opinião pública favorável à paz poderá impor. "O armistício na Coréia — diz com razão o Conselho Mundial da Paz è a primeira etapa da batalha pela paz. Depois devem ser entabuladas negociações mais amplas que devem conduzir obrigatoriamente à conclusão de um Pacto de Paz entre as cinco grandes potências, aberto a todos os Estados".

Efetivamente, a pressão dos povos manifestada por meio de centenas de milhões de assinaturas, pode exigir a conclusão de um Pacto de Paz entre as grandes potências e isto significa, antes de tudo, fazer voltar a ONU à sua missão, o que permitirá assegurar a colaboração de todos os países entre si. Além disto, a conclusão de um Pacto de Paz tornará possível o desarmamento geral controlado, progressivo e simultâneo. Com a volta à economia de paz no mundo inteiro, diminuiria a pressão inflacionária em nosso país e com a melhoria das relações entre os povos muito maiores seriam as possibilidades para o comércio de nosso país com o estrangeiro. Levando ao estabelecimento da colaboração entre os povos, à rápida diminuição das despesas militares, concorreria para a elevação do nível de vida das amplas massas trabalhadoras e a uma melhor utilização dos recursos econômicos de cada país, sem qualquer atentado à independência nacional de cada um. E, além disto, como nos ensina ainda o camarada Stálin,

"tem agora uma importância primordial a ampla campanha pela manutenção da paz como meio de desmascaramento das criminosas maquinações dos incendiários de guerra",

porque, como vimos, nem mesmo Truman é capaz de dizer que deseja a guerra — a carreira armamentista nos Estados Unidos é feita em nome da defesa da paz, e, nestas condições, só uma ampla campanha de massas pode efetivamente desmascarar as intenções sinistras dos governantes que em vez de entendimentos pacíficos preferem ameaçar o mundo com o desencadeamento de uma nova guerra.

É evidente, pois, a imensa significação política que terá a realização vitoriosa da campanha que realizam em nosso país os partidários da paz, visando alcançar cinco milhões de assinaturas para o Apelo de Berlim. É, sem dúvida, muitas vezes maior o número de pessoas que em nossa terra desejam sinceramente a manutenção da paz, mas, dada a extensão do país, a disseminação de sua população, a dificuldade dos meios de condução e, principalmente, o monopólio nas mãos da reação da imprensa e do rádio, além da perseguição policial sistemática aos partidários da paz, alcançar aquela cifra significará vitória de enorme repercussão política no país e valiosa contribuição ao esforço de todos os povos do mundo em sua luta contra a guerra e por uma paz sólida e durável.

A gravidade do momento que atravessamos exige de todos os patriotas e democratas, de todas as pessoas honestas que compreendem a necessidade de lutar pela manutenção da paz, não poupar esforços para que seja vitoriosamente realizada a campanha por cinco milhões de assinaturas a favor de um Pacto de Paz. Mas é fundamentalmente aos comunistas, às organizações do Partido e a cada militante individualmente, que cabe o principal papel nessa campanha e a maior responsabilidade pela realização vitoriosa de seus objetivos.

Os comunistas, no esforço por conseguir assinaturas e por ajudar a organização dos partidários da paz no país inteiro, e como propagandistas e agitadores, devem dar o exemplo de abnegação e atividade. Mas para tanto precisam, antes de tudo, ter a convicção profunda de que a guerra não ê inevitável, de que os esforços unidos de todos os povos podem efetivamente impedir o desencadeamento de uma nova guerra mundial. Os companheiros que não possuam semelhante convicção estão na prática sob a influência da propaganda mentirosa dos incendiários de guerra e não serão capazes de realizar a tarefa prática de convencer a terceiros da utilidade de assinar o Apelo de Berlim e de participar da luta pela paz.

Além disso, para que nós, comunistas, possamos ter sucesso precisamos compreender o sentido amplíssimo da campanha de assinaturas por um Pacto de Paz, cujo objetivo fundamental é UNIR para A PAZ e isolar a minoria reacionária dos que efetivamente querem a guerra e apóiam os incendiários de guerra. O Apelo do Conselho Mundial da Paz pode conseguir, como vimos acima, o apoio da esmagadora maioria de nosso povo. Para assiná-lo basta que se compreenda a vantagem de substituir por negociações entre as grandes potências a atual tensão internacional que ameaça o mundo com uma nova guerra de proporções jamais vistas. Não se trata pois, de tomar posição por tal ou qual governo, de reconhecer ou não a atividade agressora do imperialismo norte-americano, de confiar ou não nas intenções pacíficas da União Soviética. O Apelo dirige-se a todos os que desejam sinceramente a paz, pobres ou ricos, religiosos ou não, quaisquer que sejam seus pontos de vista políticos e qualquer que seja a posição social que ocupem. Ao angariar assinaturas por um Pacto de Paz, introduzir quaisquer questões a ele estranhas é manifestação de estreiteza e de sectarismo que precisamos evitar e energicamente combater em nossas fileiras.

Para fazer vitoriosa a campanha pelos cinco milhões de assinaturas, precisamos, pois, saber nos dirigir a todos os setores sociais, convencidos de que em toda a parte, entre os operários e camponeses, entre as donas de casa, entre os funcionários públicos, os profissionais liberais, entre os industriais e comerciantes, como entre os políticos, os cientistas, os escritores e artistas etc. e mesmo nas mais altas esferas do governo do país, encontraremos homens e mulheres com sentimentos humanos que não podem de forma alguma desejar uma terceira guerra mundial e que, suficientemente esclarecidos por nós, poderão dar seu concurso e sua assinatura para a campanha por uma paz sólida e durável.

É evidente que o eixo e a base decisivos da campanha só poderão estar na classe operária e, daí, a importância fundamental do trabalho nas empresas industriais e nas grandes fazendas, em todos os locais de trabalho. Paralelamente, é de grande importância o esforço despendido nos locais de residência, de bairro em bairro, de rua em rua, de casa em casa, nas feiras e em todos os povoados entre as grandes massas trabalhadoras do campo.

É este um trabalho que exige, portanto, milhares e milhares de ativistas, um verdadeiro exército de agitadores e propagandistas, homens e mulheres, jovens e velhos, abnegados e capazes, suficientemente armados para saberem responder a todas as indagações e discutir todos os problemas que se relacionam com a luta pela paz, mas, para discutir de maneira ampla e franca, sem ocultarem os próprios pontos de vista, mas respeitando sempre as opiniões alheias. Só assim será possível igualmente aumentar progressivamente o número de ativistas de massa entre os simples partidários da paz e Conseguir sucesso no esforço organizador que deve ter por objetivo criar o maior número possível de Comitês da Paz nos locais de trabalho e nas grandes concentrações residenciais.

Nosso povo quer a paz e sua vontade de paz é uma forca imensa que pode vencer todos os obstáculos e exigir da minoria reacionária que governa o país que recue na sua política de guerra e de traição nacional. Nessa luta pela paz, nós, comunistas, ocupamos com orgulho as posições de vanguarda e sabemos que de nós de nossa capacidade de trabalho, da abnegação de cada militante como do esforço organizado de todo o Partido, depende fundamentalmente o êxito na realização da campanha pela obtenção de cinco milhões de assinaturas a favor de um Pacto de Paz entre as cinco grandes potências.

A vitória nessa campanha constituirá um passo decisivo na grande luta de nosso povo pela paz e a libertação nacional do jugo imperialista. Vencer nessa campanha é avançar no caminho de colocar nas mãos do povo a causa da manutenção da paz, é progredir no caminho indicado pelo grande Stálin:

"A paz será mantida e consolidada, se os povos tomam em suas mãos a causa da manutenção da paz e a defendem até o fim. A guerra pode ser inevitável, se os incendiários de guerra conseguem confundir com mentiras as massas populares, enganá-las e arrastá-las a uma nova guerra mundial".


Notas:

(1) Veja-se no "Suplemento Comercial e Industrial" do "O Estado de S. Paulo" nº 24, de Novembro de 1950, o editorial — "Rearmamento e prosperidade", onde se diz "as empresas fabris norte-americanas poderão esperar uma época áurea, com lucros verdadeiramente "atômicos". (retornar ao texto)

* * *

"A Revolução de Outubro não abalou o imperialismo somente nos centros de sua dominação, nas "metrópoles". Foi também um golpe contra a retaguarda do imperialismo, contra sua periferia, minando a dominação do imperialismo nos países coloniais e dependentes".
J. Stálin

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Inclusão 03/11/2009