Apresentação de O Operário Chinês

Mao Tsetung

7 de Fevereiro de 1940


Tradução: A presente tradução está conforme à nova edição das Obras Escolhidas de Mao Tsetung, Tomo II (Edições do Povo, Pequim, Agosto de 1952). Nas notas introduziram-se alterações, para atender as necessidades de edição em línguas estrangeiras.
Fonte: Obras Escolhidas de Mao Tsetung, Pequim, 1975, Tomo II, pág: 659-634.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo

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A publicação de O Operário Chinês(1) responde a uma necessidade. Nestes últimos vinte anos, a classe operária chinesa, dirigida pelo seu próprio Partido, o Partido Comunista da China, travou batalhas heroicas, converteu-se na parte mais consciente do povo e passou a ser a força dirigente da nossa revolução. Juntando a si o campesinato e a totalidade do povo revolucionário, essa classe luta contra o imperialismo e o feudalismo para construir uma China de democracia nova e expulsar os imperialistas japoneses. Esse o seu mérito mais eminente. Mas a revolução chinesa ainda não triunfou, a classe operária terá de despender grandes esforços para cerrar as próprias fileiras, unir a si o campesinato, os demais sectores da pequena burguesia, os intelectuais e a totalidade do povo revolucionário. Trata-se duma tarefa política e dum trabalho de organização consideráveis. Aí, a responsabilidade incumbe ao Partido Comunista da China, aos elementos avançados da classe operária e ao conjunto dessa classe. A libertação definitiva da classe operária, tal como a da totalidade do povo, só será possível quando o socialismo se tiver estabelecido; esse o objetivo final por que tal classe deve combater. Mas antes de entrar no socialismo há que passar pela etapa da revolução democrática anti-imperialista e anti-feudal. Assim é que, unir as suas próprias fileiras, unir o povo, combater o imperialismo e o feudalismo e lutar pela edificação duma China nova, a China de democracia nova, constitui a tarefa atual da classe operária chinesa. É com esse objetivo que surge O Operário Chinês.

Em linguagem, simples, O Operário Chinês explicará as massas operárias os como e porquê de grande número de questões, dará contas da luta anti-japonesa da classe operária e fará o respectivo balanço, esforçando-se assim por levar a bom termo a tarefa que lhe incumbe.

O Operário Chinês deve converter-se numa escola para educação do operariado e formação de quadros operários; os seus leitores são os seus alunos. Há que formar entre os operários um grande número de quadros que, instruídos e capazes, não andem a cata de vãs honrarias e saibam fazer o trabalho. Sem estes, a libertação da classe operária é impossível.

A classe operária deve aplaudir a ajuda oferecida pelos intelectuais revolucionários, não deve rechaçá-la, pois sem o concurso destes, jamais ela poderá progredir e a revolução triunfar.

Eu espero que a revista seja bem feita e publique o máximo de textos vivos, guardando-se naturalmente das formas pré-fabricadas, do cliché, do estilo ininteligível, insípido e cansativo.

Uma vez lançada, a revista deve ser encarada seriamente e bem realizada. A esse respeito não são apenas os que nela trabalham que têm responsabilidades, têm-nas também os leitores. Importa que os leitores exprimam as suas opiniões e façam saber, por meio de breves cartas ou artigos, aquilo que lhes agrada ou desagrada. É a única maneira de assegurar o sucesso da revista.

Tais são os meus votos. Que eles possam servir de introdução a O Operário Chinês.


Notas de rodapé:

(1) Revista mensal fundada em Fevereiro de 1940, em Ien-an, e dirigida pela Comissão para o Movimento Operário junto do Comité Central do Partido Comunista da China. (retornar ao texto)

Inclusão 28/01/2013