Discurso na Conferência de Professores Destacados das Escolas Urbanas e Rurais Convocada pela Redação da Utchítelskaia Gazeta (Jornal do Professor)

M. I. Kalinin

27 de Dezembro de 1938


Primeira Edição: "Sobre as tarefas da intelectualidade soviética”, págs. 31/45, Edições Políticas do Estado, Moscou, 1939.
Fonte: Editorial Vitória Ltda., Rio, 1954. Traduzido da edição em espanhol de "Ediciones em Lenguas Extranjeras” de Moscou 1949. Pág: 44-62.
Nota da Edição Original: Neste livro foram compilados discursos e artigos escolhidos de Mikhail Ivánovitch Kalínin dedicados à educação comunista, que abarcam um período de quase vinte anos. Alguns dos discursos são reproduzidos com pequenas reduções.
Transcrição e HTML:
Fernando A. S. Araújo.
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I - Sobre o Domínio da Teoria Marxista-Leninista

Camaradas: Atualmente fala-se muito entre nós do estudo da teoria revolucionária do marxismo-leninismo, do estudo da história do Partido Bolchevique. O principal neste caso é assimilar a essência dessa teoria, aprender a utilizá-la na prática e a recolher a experiência revolucionária de nosso Partido.

Ao ler a “História do Partido Comunista (bolchevique) da URSS”, eu me entusiasmei com a profundidade de seu conteúdo, a precisão de suas ideias e a simplicidade de sua exposição, mas não poderia repetir agora, textualmente, o que li, pois não o recordo. Entretanto, aqui não se trata somente de recordar, mas, sobretudo, de compreender.

A teoria marxista-leninista não é um símbolo de fé, não é uma recopilação de dogmas, mas um guia para a ação. Quando alguns se referem ao domínio do marxismo-leninismo, dizem ser “um trabalho profundo”, “especialmente profundo”, etc. Mas é preciso compreender que o principal no marxismo-leninismo não é a letra, mas a sua essência, seu espirito revolucionário.

Que significado tem a expressão: “dominar plenamente o marxismo-leninismo”? Como devemos entendê-la? Devemos compreendê-la no sentido de aprender ao pé da letra toda a sabedoria do marxismo-leninismo em fórmulas e conclusões já feitas? Ou é preciso compreendê-la como o domínio da essência do marxismo-leninismo e como saber empregar essa teoria na qualidade de guia para a ação, tanto na vida política e social como na vida privada? Este segundo modo de ver será o mais acertado, mais justo, mais importante e constitui o fundamental do marxismo-leninismo. E quando se fala em “dominar o marxismo-leninismo”, isto significa aprender a considerá-lo em movimento.

Qualquer um pode aprender de memória, melhor ou pior, o marxismo-leninismo, mas assimilar a sua essência e aprender a aplicá-lo, já é mais difícil. Conhecemos muitos velhos operários que participaram da luta política. Acaso estudaram o marxismo-leninismo tanto como vocês? Eles não dispunham da “História do P.C. (b) da URSS” Muito poucas foram as oportunidades que tiveram para estudar, de forma sistemática, essa teoria. Pode ser que, no conjunto, tivessem lido uma dezena de livros revolucionários. Mas, não obstante, em sua prática aplicaram o marxismo-leninismo com bastante acerto. Sob a bandeira dessa teoria marcharam e marcham atualmente milhões de pessoas. Muitos operários focalizaram com acerto os fenômenos sociais e a vida política, aplicaram bem a linha marxista-leninista na solução de tal ou qual problema. E assim se deu porque compreenderam a essência revolucionária da teoria marxista-leninista, porque a assimilaram.

Não se deve estudar o marxismo-leninismo pelo mero fato de estudá-lo, por puro formalismo. Não estudamos o marxismo-leninismo para conhecê-lo de um modo formal, como antes se estudava o catecismo. Nós o estudamos como um método, como um instrumento com a ajuda do qual determinamos corretamente nossa conduta política, social e pessoal. Nós o consideramos como o instrumento mais poderoso de que dispõe o homem na vida prática.

Agora apresenta-se-nos o problema de como aprender a aplicar com mais acerto o marxismo-leninismo na prática. Antes de tudo, devemos conhecer, ainda que não seja mais do que a largos traços, os fundamentos teóricos do marxismo-leninismo e a história do Partido Comunista. Quando estudamos a história do Partido, devemos ver como os bolcheviques resolviam tal ou qual questão prática em tais ou quais circunstâncias. Devemos ver por quê resolviam uma determinada questão de uma forma e não de outra e em que se baseavam para assim proceder. Por quê, por exemplo, boicotamos a Duma de Bulíguin e em que nos baseamos para isso? A análise de todas as questões desta índole (e estas foram muitas na história, já que houve numerosas lutas) nos serve como uma espécie de modelo para a aplicação do método marxista-leninista, de norma para abordar e resolver outros problemas numa situação política nova, para resolver os problemas nas condições atuais.

Entende-se que para isso é necessário ter em conta todas as modificações ocorridas, todas as novas condições. Por isso, o mais importante no estudo do marxismo-leninismo é experimentar-se a si mesmo na maneira de abordar a solução dos problemas que se apresentam hoje, agora mesmo, nas diversas esferas da vida. Tomemos qualquer exemplo da vida diária. Suponhamos que uma professora de certa escola separou-se do marido. Qual deve ser, do ponto de vista marxista, a conduta das pessoas neste caso? Que fazer aqui? Também essa questão deve ser abordada com acerto sendo preciso analisá-la e resolvê-la de forma marxista. O modo de proceder mais simples (e em certa medida, acertado, pelo menos do ponto de vista formal) é o de dizer: trata-se dum assunto privado que não tem nada que ver com a política. Não obstante, uma vez que o assunto é de domínio público, os alunos falam dele, na aldeia murmura-se e o prestígio da professora cambaleia. Impõe-se uma explicação razoável desse fato. Já vêdes como, às vezes, inclusive um problema de caráter estritamente privado pode transformar-se em questão de importância política e social. Cada dia sucede um número infinito de casos como esse. Onde se vê o marxista é precisamente na maneira de encontrar uma solução acertada para esses casos, de compreender como se deve abordá-los do ponto de vista do marxismo.

Pois o marxismo-leninismo é a chave que dá a possibilidade de resolver tal ou qual problema. Somente dá a possibilidade, mas não o resolve; somente dá a possibilidade de abordar com mais acerto a solução das questões, mas não é uma receita preparada para todos os casos da vida. Na maneira de resolver, na maneira de abordar a solução dos problemas vitais é onde se vê quem é um verdadeiro bolchevique marxista e quem é um exegeta e um pedante.

Existem os que, na realidade, dominam o marxismo-leninismo e sabem aplicar esta teoria à solução dos problemas práticos. Mas há outros que estão abarrotados de textos eruditos, assim como um saco pode estar cheio de batatas, e que não sabem aplicar praticamente tais conhecimentos. Estas pessoas são capazes de recitar qualquer coisa de ponta a ponta, podendo inclusive fazer uma conferência. Mas, se se lhes diz que na escola aconteceu algo insólito — por exemplo que um pai deu uma surra no filho, aluno dessa escola — e se lhes pergunta qual é a maneira correta de focalizar Este caso concreto do ponto de vista social, verificamos que tais pessoas se afogam num copo d'água. E no caso de fazerem uma proposição qualquer, esta terá caráter oportunista e não corresponderá de modo algum ao espírito do marxismo-leninismo, embora ilustrem o caso com um montão de citações. O oportunismo nem sempre se exprime unicamente na negação franca do marxismo-leninismo. Às vezes manifesta-se no pedantismo, no dogmatismo com que se aborda essa teoria.

A solução dos problemas práticos na base da assimilação a fundo da essência do marxismo-leninismo é o que constitui precisamente a escola do bolchevismo.

O estudo do texto não é mais do que isso: simples estudo do texto. E do mesmo modo que a escola para meninos ainda não é a vida propriamente dita, mas apenas uma escola, assim também o estudo do marxismo-leninismo nas instituições escolares, nos diversos círculos e seminários, no estudo individual, etc., não é mais do que simples estudo. Ao realizar este estudo não se consegue mais do que conhecer o marxismo-leninismo de um modo abstrato. Mas quando alguém mergulha na vida política, na atividade social, quando alguém aplica este método e o aplica conscientemente, a coisa muda. Na solução prática dos problemas da vida com que nos defrontamos cada dia, é precisamente onde se manifesta o marxismo-leninismo, é onde se põe em evidência o verdadeiro marxista-leninista.

A escola principal não consiste em acorrer a um seminário ou em escutar uma conferência. Estes são só elementos au-

xiliares.

Cursa-se a escola principal quando se discute com os demais, quando se fala com as pessoas, quando se tem que tomar uma decisão sobre um aluno negligente, quando se tem que decidir se se lhe dá uma nota má ou regular, se se expulsa esse aluno da instituição escolar ou, pelo contrário, se deve tratá- lo com benevolência.

Na solução de tais questões é onde está a escola principal do marxismo-leninismo.

E assim como para o engenheiro tecnólogo o trabalho na fábrica é a aplicação prática de seus conhecimentos tecnológicos e lhe serve para acumular experiência, assim como para o professor o trabalho na escola é a aplicação prática de seus conhecimentos pedagógicos, da mesma forma o marxismo-leninismo é a unidade viva e orgânica da teoria e da prática.

Compreendestes, agora, o sentido do que venho dizendo. Quero que fique clara a ideia de que para dominar o marxismo-leninismo não basta de modo algum aprender de memória as fórmulas e conclusões desta teoria, que nem sequer é suficiente assimilar-lhe o conteúdo. Para dominar de verdade o marxismo-leninismo cumpre além disso, aprender a utilizar esta teoria ao resolver os problemas práticos e, se vamos mais longe, diremos ser também necessário saber enriquecê-la com experiência acumulada, generalizar essa experiência, isto é, saber desenvolver a teoria e fazê-la avançar. E isto é o mais difícil.

A “História do PC (b) da URSS”, examinada por alto, parece estar escrita de forma muito popular, mas ela exige um grande trabalho do leitor. Nela estão expostos todos os fundamentos do marxismo-leninismo na forma mais concentrada. Ao lê-la é necessário deter-se e pensar sobre cada linha. Não se trata de aprendê-la de memória, mas de meditá-la. Trata-se de chegar a saber aplicar o marxismo na prática e isto é preciso que se aprenda. Mas, como? É preciso aprender nos exemplos históricos, mas em comunhão com outros e trocando opiniões.

Aqui se disse, por exemplo, que seria bom dispor de círculos de estudo. Compreendo plenamente esse desejo, que, em certa medida, está justificado, porque, apesar de tudo, o círculo permite o intercâmbio de opiniões. Mas quem vos disse que não podeis organizar, agora, círculos de estudo? Donde tirastes isto? Lede a resolução do Comitê Central do Partido de 14 de novembro de 1938. Ali se condena o círculo como sistema obrigatório de estudo do marxismo-leninismo, convertido anteriormente em forma fundamental de instrução bolchevique de nossos quadros e como expressão prática da corrida pela quantidade, em prejuízo da qualidade da propaganda. Uma camarada disse aqui haver entre eles sete professores que estudam por conta própria. Quem o impede de dizer: “Dentro de uma semana farei um informe sobre tal ou qual problema; quem quiser reunir-se conosco para discuti-lo, que assista”? Acaso alguém o impede?

Para ser marxista, é preciso focalizar cada fenômeno da vida de modo concreto. Naturalmente, a discussão conjunta ajuda a orientar-se melhor nos problemas. Quando se lê algo, capta-se um lado da questão, três lados, mas fica um quarto lado que não se capta. Por último, captou-se os quatro lados, mas sucede que não se trata de um quadrado mas de um cubo, que tem seis faces. Donde se conclui que na discussão a ideia se apura e se enriquece.

Dizeis que as discussões são necessárias. Quem vos impede de fazê-las? Basta que se reúnam cinco ou dez pessoas. Entre cinco pessoas já se pode organizar uma boa discussão. Quem há de impedi-lo? E se além disso fazeis informes escritos, devo dizer-vos com toda a franqueza que estudareis muitíssimo melhor o problema do que se ouvísseis uma conferência, pois para escrever um informe é necessário meditar a fundo cada palavra, cada ideia. Escrever um informe implica em consultar as fontes originais e outra série de materiais. Ao escrever um informe aborda-se mais problemas do que quando se ouve uma conferência. O que se tira de uma conferência depende de muitas circunstâncias: da qualidade do conferencista e do estado de ânimo da própria pessoa. Pode acontecer que, durante a conferência, se tenha estado conversando com o vizinho. Vós mesmos sabeis que, frequentemente, as três quartas partes da conferência são mero enchimento e só uma quarta parte, dados úteis (Risos). Desgraçadamente, não sabemos separar o enchimento, como cumpre fazer. É certo que se deve deixar o enchimento de lado, mas apesar de tudo não o conseguimos por completo. Não acrediteis que estou contra as conferências. É evidente que as conferências constituem um aspecto muito importante do ensino. Eu só quero impelir-vos a trabalhar por vossa conta, pois esse trabalho vos obrigará a frequentar as conferências e a ouvi-las com atenção.

Que atitude se deve adotar ante o estudo nos círculos? O círculo tem certo sabor de coisa restrita. O próprio nome de “círculo” já é um sinal de limitação. Acaso suprime-se por isso a discussão coletiva? Não, não se suprime nem se condena. A discussão coletiva deve combinar-se ao estudo individual, que é o método fundamental. Deve-se preparar o tema em casa, fazer o informe no círculo ou na reunião e travar a discussão em torno do informe. Não se devem travar debates artificiais, mas sim debates em que cada qual expresse sua verdadeira opinião sobre o problema colocado, sem temor de dizer o que pensa. E se esse informe não contém mais que uma gota de opinião própria, não duvido de que entre vós se travarão acaloradas discussões. Essas discussões, mesmo que versassem sobre Púchkin, seriam uma excelente lição de marxismo-leninismo.

Quando se fala do estudo do marxismo-leninismo, pensa-se com frequência que se deve ler somente livros marxistas, que só se deve ler Marx, Engels, Lênin e Stálin. Na realidade, a pessoa não se deve limitar a esses livros. O que se deve fazer é ler qualquer livro com um critério marxista-leninista-stalinista. Suponhamos que lemos Tchernitchevski; pois bem, pode-se lê-lo de diferentes modos. O leitor progressista dos anos da década de 60 ou 70 do século passado o lia à sua maneira; o leitor liberal daquela mesma época o lia a seu modo e nós, como marxistas-leninistas, o lemos a nosso modo. Nossa interpretação será outra. Quando se faz um informe sobre a obra de Tchernitchevski, quando se analisa Tchernitchevski, quando se desenvolvem as discussões e se precisam as ideias, é então que se assimila melhor o marxismo-leninismo. Nas discussões é preciso falar com palavras próprias, com linguagem própria. Vós deveis ter uma linguagem própria, estou convencido disso. É necessário que as pessoas discutam, não de forma artificial, mas indo ao fundo da questão, isto é, de modo que a coisa chegue, se não até às “vias de fato”, pelo menos até uma disputa séria e acalorada. É assim que cumpre colocar o problema. Então as pessoas acorrerão aos círculos e estudarão. É precisamente com semelhante método de estudo que melhor se adquire o conhecimento do marxismo-leninismo.

Creio que conheceis os textos melhor do que eu; estou certo disso. Se eu tivesse de ser examinado por vós, sairia reprovado no que se refere ao conhecimento dos textos; não há dúvida de que sairia reprovado. Mas tenho a firme convicção de que saberei focalizar um problema do ponto de vista marxista melhor que vós, que encontrarei antes de vós o caminho para abordá-lo, pois a longa experiência e a prática enriquecida pelas discussões teóricas aguçaram meus sentidos. Quando se faz uma formulação falsa, sinto-a como algo que desafina. Foi assim que adquiri um novo sentido, elaborado nas discussões teóricas e nas disputas, e que me habituou a concentrar a atenção. Por isso não devemos temer as discussões, mas acostumar as pessoas a elas. Só assim conseguireis polir vossas ideias e vossa linguagem. Quando saibais que cada conclusão errônea e cada formulação falsa vai ser discutida, então buscareis com mais atenção soluções acertadas.

Por isso, os informes, conferências e discussões, tomando como base o estudo individual, vos serão de enorme utilidade, se é que desejais compreender o marxismo-leninismo e dominar esta teoria. O estudo individual é o método fundamental para dominar o marxismo-leninismo.

II - A Tarefa Fundamental do Professor é Educar um Homem Novo, o Cidadão da Sociedade Socialista

É possível que ontem se tenha aqui falado disto, mas hoje ninguém disse nada sobre vossos meninos, como anda o trabalho com eles, nem quais são vossas relações com as crianças. Um camarada disse de passagem que “se estabeleceram turnos de guarda nas moradias dos operários. Os que estão de guarda vigiam para que a conduta dos jovens não altere demasiado a ordem”. Não é assim? (Uma voz: “É assim.”)

Acaso quereis que o menino se comporte como um morador qualquer, como um homem de 45 anos com o estômago algo avariado? (Risos). Ou quereis acaso que o menino seja exatamente como vós, que sois pessoas adultas? Mas os meninos têm demasiada iniciativa. Se eu fosse professor e os meninos fizessem alguma travessura (e ao fazê-lo demonstrassem coragem, e a estimularia de certo modo esse valor, os repreenderia ligeiramente pela travessura e nada mais. Claro está que não se deve confundir e tolerar toda sorte de travessuras.

Se me perguntassem o que é que, hoje em dia, devemos exigir em primeiro lugar do professor, eu diria: educar um homem novo. (Disto se falou com frequência e o que digo não é nenhuma novidade). Em nosso país está se criando o homem novo da sociedade socialista. A esse homem novo se deve inculcar as melhores qualidades humanas. Pois o homem novo, o homem socialista, não há de ser uma pessoa desprovida de sentimentos humanos. O homem continuará sendo homem. É daí que devemos partir.

Quais são essas qualidades humanas que devemos inculcar?

Em primeiro lugar, o carinho, o carinho por seu povo, o carinho pelas massas trabalhadoras. O homem deve sentir carinho pelas pessoas. Se o homem sente carinho pelas pessoas, a vida lhe será mais fácil, mais alegre, pois ninguém vive tão mal no mundo como os misantropos, como os que odeiam os demais homens. Eles são os que pior vivem.

Em segundo lugar, a honradez. É preciso habituar os meninos a serem honrados. No meu entender, o professor deve tratar de consegui-lo com um trabalho consequente e recorrendo a todos os métodos pedagógicos possíveis. Deve-se ensinar o menino a não mentir, a não enganar, a ser honrado.

Em terceiro lugar, o valor. O homem socialista é o homem do trabalho e quer conquistar o mundo; e não só o mundo existente no globo terrestre, mas ampliar o universo por meio da razão humana.

Em quarto lugar, o companheirismo. Tem que existir um sentimento de companheirismo, ainda que seja somente pelo fato de nos encontrarmos dentro do cerco capitalista, porque nossa União é sistematicamente atacada, porque cada burguês espera ansioso o momento oportuno para esmagar a União Soviética. É claro que esse momento não chegará para eles, mas tudo isso significa que a União Soviética só pode defender-se com uma muralha de aço. A União Soviética será ainda mais forte se se inculcar aos homens soviéticos, desde tenra idade, desde a idade escolar, um verdadeiro e firme sentimento de companheirismo. Então, quando o homem chegar às fileiras do Exército Vermelho ou for enviado à frente, ser-lhe-á mais fácil unir-se aos companheiros de luta, pois já o liga a eles o sentimento de carinho pela Pátria socialista.

Em quinto lugar, o amor ao trabalho. Não só se deve sentir amor ao trabalho, mas também ter uma atitude honrada para com ele, recordando firmemente ao mesmo tempo que, se o homem vive, alimenta-se e não trabalha, isto significa que come o fruto do trabalho alheio.

Não creio que haja grande necessidade de explicar isto com mais detalhes. Isto deve é ser explicado diante dos alunos. É preciso colocar o problema do trabalho dum modo especial. Costumamos dizer que “o trabalho é uma questão de honra”, mas pouco conseguiremos se nos limitarmos a repeti-lo. Não é assim que se vai cumprir o desejo de nosso chefe, o desejo do Partido e do povo. É preciso que os meninos vejam de maneira concreta que o trabalho é efetivamente uma questão de honra. É impossível enganar a criança. A partir do momento em que note algo de falso, deixará de acreditar em nós.

Eu poderia continuar enumerando as qualidades do novo homem, mas me limitarei às já citadas. São essas as qualidades do marxista-leninista, sendo ao mesmo tempo as que deve possuir qualquer homem honrado e sensato. E é nisto que reside o valor de nossa teoria, em exigir precisamente aquilo que se requer para tornar-se uma pessoa honrada e sensata.

Não falemos da disciplina. Esta se depreende das qualidades a que acabo de me referir. Os meninos gostam de quebrar e destruir. Deslizar para dentro de um pomar alheio era para nós um prazer: as maçãs roubadas eram mais doces ao nosso paladar que as nossas próprias ou as compradas. Mas, apesar de tudo, devemos dizer que os homens têm que cuidar e guardar as coisas de valor. Não se deve só destruir, mas também criar: esse é o quê da questão. Não só destruímos o velho; mas também somos os edificadores do novo.

Creio que para ser um verdadeiro professor deve-se nascer professor e não só aprender a sê-lo. O trabalho do professor encerra muitos obstáculos, sendo sua responsabilidade muito grande. É claro que o ensino da disciplina correspondente constitui o trabalho fundamental, mas, além disso, é preciso ter em conta que os alunos imitam o seu professor. Por isso, a ideologia do professor, sua conduta, sua vida, sua maneira de focalizar cada fenômeno influem de uma ou de outra forma sobre cada um de seus alunos. Às vezes isso ocorre de um modo imperceptível. Mas isto não quer dizer, ficai certos, que se o professor goza de grande prestigio, os sinais de sua influência perdurarão durante toda a vida de alguns de seus alunos. Por isso é importante que o professor preste atenção à sua pessoa, que sinta que sua conduta e seus atos se acham submetidos a um controle tão rigoroso como ninguém no mundo o experimenta. Dezenas de olhos infantis o estão fitando. E não há nada tão atento, tão penetrante, tão sensível aos diferentes matizes da vida psíquica do homem, nada que capte melhor os mais sutis detalhes que o olho infantil. É isto que não devemos esquecer.

Receio unicamente que este fato vos induza à ideia de que deveis manter uma atitude forçada. Também isto seria mau, seria um grande erro. Ao resolver todos os problemas, o professor deve atuar com naturalidade e honradez, sobretudo ao resolver os diferentes assuntos infantis, a questão dos castigos, etc. Suponhamos que um menino quebrou um vidro ou ofendeu uma menina, ou que foi uma menina que ofendeu um garoto. Aqui não só se deve partir do fato simples, mas ter presente o possível efeito que tal ou qual solução do assunto possa ter sobre a psicologia infantil. Não há dúvida de que tudo isto deve ser levado em conta, pois, apesar de tudo, os meninos têm seu próprio “código de leis”. Suponhamos que numa briga de garotos um dá um soco no outro e este vem queixar-se. Até um menino neutro o condenará por essa atitude e lhe dirá: “És um xereta, queres briga e logo vens queixar-te!”

O principal é que o professor seja honrado com os meninos, preste atenção à sua própria pessoa, que faça de nossos meninos cidadãos verdadeiramente bons e verdadeiramente socialistas, honrados e valentes, com um elevado espírito de camaradagem e disciplinados dentro dos limites da psicologia e das possibilidades infantis.

E por último, camaradas, é preciso que nossos meninos conservem durante longos anos as melhores e mais luminosas recordações e impressões da escola. Se conseguirdes que vossos alunos guardem durante toda a vida a lembrança dos anos escolares como de uns anos maravilhosos, isto já será um bom sintoma.

Isto, a meu ver, é o mais importante de quanto podemos exigir do professor.

III - O Dever de cada Professor é Levar seus Conhecimentos às Massas Populares e Participar Diariamente da Vida Social

Deter-me-ei agora em algumas questões da vida social. O que aqui importa é que o professor entre em estreito contato com as pessoas e com a realidade, que aprenda a orientar-se também nas condições locais. Naturalmente, o ideal seria que todos os nossos professores e os demais quadros de nossa intelectualidade dominassem a fundo o marxismo-leninismo. Mas já não seria mau que conhecessem pelo menos os fundamentos gerais dessa teoria. E não seria mau tanto para os comunistas como para os sem-partido. Posso assegurar que alguns sem-partido conhecem melhor o marxismo-leninismo que os militantes, embora seja certo que não são muitos. O que se deve fazer é aprender a focalizar os fenômenos da vida local do ponto de vista marxista e saber analisá-los com acerto. Mas nas conferências que fazeis à população, a que vos referistes aqui, não figura nada da vida local. De todos os que aqui falaram, nenhum disse ter pronunciado uma conferência sobre algum tema local. Mas as pessoas nascem, morrem, contraem núpcias e celebram bodas. Toda uma série de acontecimentos sociais... Acaso não tendes nada que dizer sobre eles? Será que não se pode falar destes acontecimentos? Acaso escasseiam os temas?

A organização de kolkhozes e o desenvolvimento da economia são temas que despertam a imaginação do kolkhoziano e a ligam com as grandes tarefas da vida social. Tudo isto constitui um material cheio de interesse e mais do que suficiente para as conferências.

Dos kolkhozes saem dirigentes de excepcional valor: se se fala deles nas conferências, e se, além disso, se tiram conclusões, assinalando os aspectos positivos e negativos, é fora de dúvida que se provocará acalorados debates. E uma discussão sã de tais conferências enaltece o valor social do kolkhoziano e aumenta o respeito pelo trabalho kolkhoziano.

No kolkhoz do lado a colheita é de 10-12-15 quintais por hectare, ao passo que no vosso é de 5-6. Qual é a causa dessa baixa colheita? Eis aí um tema para conferência.

Numa palavra, quando penetrais na vida camponesa, quando quereis trabalhar com a população, deveis proceder de tal forma que vosso trabalho esteja direta e intimamente ligado à vida e que vossos informes afetem as pessoas. Então o povo correrá sem dúvida a vossas conferências. É evidente por si mesmo que os acontecimentos políticos e sociais da vida de nosso país e de todo o mundo proporcionam um material mais do que suficiente.

Por último, é preciso que as conferências sejam discutidas com toda a liberdade e que se seja mais tolerante ante a forma das intervenções. O principal é que se compreenda a ideia fundamental da conferência e que os que participam dos debates expressem a opinião que a conferência lhes mereceu, sem se sentirem coibidos pelo seu modo de falar, pois devem compreender claramente que o estilo é coisa que se adquire com o tempo. O importante é ter ideias próprias.

É preciso que na vida social o professor exponha honradamente sua opinião em todas as partes e sempre que ela seja solicitada. O camponês deve respeitar o professor não só como professor, mas também como pessoa. Tende em conta que se trata duma questão política, duma questão profundamente política. Se quereis que o magistério ocupe o lugar que lhe corresponde, deveis seguir uma linha de conduta que converta o professor numa pessoa imparcial e que não receie expor seu ponto de vista sobre tal ou qual questão. Está claro que, ao resolver os problemas dos camponeses, o professor pode prestar ajuda na qualidade de habitantes do lugar e visto como participa de toda sua vida econômica e política. Mas é sobretudo no terreno cultural que o professor pode ajudar o camponês.

O conceito de cultura é muito amplo: ele se estende desde a simples higiene do rosto até os mais altos cumes do pensamento humano. Pois bem, é nesse terreno, mais do que em qualquer outro, que se pode cair com mais facilidade em atitudes pequeno-burguesas. A limpeza das mãos, o asseio no vestir, o conforto no lar, etc., são sinais de cultura da população. As reuniões sociais, os círculos dramáticos, as noitadas com baile, etc., são sinais de cultura social. Os comunistas participam deles, considerando-os com razão fatores de desenvolvimento cultural. Mas tudo isso pode converter-se num modo pequeno-burguês de passar o tempo. Por isso, para que se possa ver a linha divisória que existe entre a atitude pequeno-burguesa e o verdadeiro desenvolvimento cultural, precisa-se de ampla cultura e sensibilidade política. O marxista considera essas aquisições como um meio, como um novo degrau para continuar avançando. Mas o pequeno- burguês as considera como um fim, tende a estabilizar a aquisição, se converte em escravo da situação criada, estabelecendo uma moral em consonância com isso e adormecendo o pensamento. Contra isso devemos lutar.

Portanto é de desejar que, no trabalho cultural, introduzais as noções de sociedade e Estado, que leveis a ele a política, pois do contrário vossa cultura perde orientação, converte-se em uma espécie de “cultura de campanário” e se divorcia da cultura e das exigências culturais de todo o país.

A obra cultural que realizais deve vincular-se à edificação socialista nos demais terrenos, para que o homem não pense isoladamente. O pequeno-burguês é um homem que pensa isoladamente e separado dos demais, que não se sente ligado a nada e a ninguém.

Esse trabalho é muito difícil. É um trabalho muito difícil e delicado porque o próprio professor tem que ser uma pessoa preparada. Aqui acontece o mesmo que com a música. Um músico perceberá uma nota que desafine numa orquestra, mas para mim passará desapercebida toda uma escala desafinada, pois não sou um entendido na matéria. E quando se ouve uma nota falsa é preciso corrigi-la.

IV - O Professor deve pôr em sua Palavra a Alma e o Pensamento

Camaradas: Ignoro como transcorreu a sessão de ontem. Mas hoje não se vê nenhum intercâmbio de opiniões: cada qual se limita a fazer um informe de seu trabalho; alguns o apresentam melhor do que é. Acaso vos reunistes aqui para que cada um faça um informe do tipo mais ou menos habitual? Pois acontece que as escolas se parecem umas com as outras e as pessoas também se parecem umas com as outras. E eu que pensava que vos havíeis reunido aqui para “brigar”!

Por quê, quando relatais algo, seguis a tendência de falar com fórmulas feitas? Sois professores e conheceis o russo. Não sabeis acaso o que significa falar com frases feitas? Isso significa que vosso pensamento não trabalha, que a única coisa que trabalha é a vossa língua. Com frases feitas não impressionais as pessoas e não as impressionareis porque essas frases já são por elas conhecidas sem necessidade de que as repitais para elas. Receais que, se disserdes as coisas à vossa maneira, não saiam tão bonitas. Estais enganados. Vossas próprias palavras soarão melhor e chegarão melhor ao povo.

Na vida real tendes um grande contato com os camponeses, com toda a população. Mas quando falais dele, esse contato tem o aspecto de um processo “técnico”: tantas reuniões celebradas, tantas palestras dadas. Parece que não falais da vida, mas da “técnica”, das relações entre os camponeses e o magistério. Mas vós não vos relacionais com a população somente nas reuniões e durante as palestras. É preciso falar do conteúdo dessas relações com a população.

Essas relações têm um aspecto político e um aspecto psicológico, além de outros que se manifestam na vida normal do homem. Mas em vossas exposições não aparece esse contato estreito, esse vínculo orgânico. Será que me tornei demasiado velho e por isso não o percebo? Mas não ouvi nenhuma palavra sobre vossas dificuldades nem onde vos aperta o sapato. Não fazeis mais do que repetir frases feitas, o que dá às intervenções um caráter formal. Cada um deve esforçar-se por falar com a própria linguagem, com a linguagem que lhe deu sua mãe. Acreditai-me, a melhor linguagem é a materna. Costumamos dizer: oh! o professor! que grande coisa é ser professor! E é mesmo. Mas, que acontecerá, se o professor não oferece às pessoas mais do que fórmulas preparadas?

Por exemplo, você, o último dos camaradas que falaram, trabalha na aldeia e parece estar satisfeito com sua situação. Você apresentou as coisas de tal forma que parece que agora você vive muito bem. Mas eu acredito que se a gente ler a ata taquigráfica de seu discurso não dará muito crédito ao que diz. E não por que seja falso; não, não é por isso. Dirá em primeiro lugar, que o camarada se elogia bastante. Ressalta o “eu fiz tal e tal coisa”. Quando as pessoas percebem que alguém se elogia e se exibe, imediatamente se põem em guarda. Eu lhe direi francamente que sua intervenção excedeu-se em belas palavras, mas lhe faltou alma. Não se sentia que você pusesse a alma nas palavras. Não quero dizer com isso, longe de mim, que você não tenha alma. Nada disso. Quero dizer unicamente que você trata de exprimir seu verdadeiro estado de ânimo com as fórmulas em uso. Mas o homem costuma expressar seus sentimentos com palavras próprias e simples, sem recorrer a formulações já preparadas. Por isso, quando uma pessoa instruída ler a ata taquigráfica de sua intervenção, pensará: é uma intervenção artificial, porque não reflete um estado de espirito natural. Muitas palavras, palavras ardentes, palavras que dizem que você está satisfeito com o trabalho, que o trabalho lhe interessa; mas palavras que não convencem porque não são palavras próprias, mas frases feitas. Compreendeu-me? Diga-me, é ou não é verdade o que assinalo? Assim, fica ou não fica artificial sua intervenção? (Vozes: “É certo”).

Imaginai que alguém se apresente ante um auditório e faça uma exposição, faça um informe dessa natureza; que pensais sobre o que seria o resultado? O povo escutaria e iria embora sem perguntar nada ou faria muito poucas perguntas.

Por isso, o que se requer em primeiro lugar dum professor é que fale com estilo próprio, com o estilo que lhe deu sua mãe. Que estude a gramática para que sua linguagem seja correta, porém que fale com naturalidade, com palavras simples.

Devo dizer que o trabalho do professor é dos mais difíceis. Creio inclusive ser preciso nascer professor. Refiro-me ao professor no pleno sentido da palavra. Há gente que sabe muito. Conheço numerosas pessoas que dominam estupendamente uma matéria, mas se pusermos uma dessas pessoas como professor não saberá explicar com acerto a sua matéria. Não basta conhecer a matéria, também é preciso saber expô-la de modo que os alunos possam assimilar bem.

É por isso precisamente, a meu ver, que o que deve vir em primeiríssimo lugar deve ser uma linguagem normal. Não acostumeis os meninos a fórmulas feitas e estereotipadas, pois estas lhes entrariam por um ouvido e sairiam pelo outro.

Deve-se falar com palavras próprias. As palavras podem ser diferentes sem que por isso modifiquem o sentido. E então vereis que as pessoas vos prestarão um pouco mais de atenção. É preciso que as palavras sejam oportunas e adequadas e que surjam de modo espontâneo. Mas o que vemos é que se fala de maneira mecânica. É preciso que as palavras não fluam de um modo mecânico, mas organicamente, que expressem ideias próprias.

Deve-se fugir das fórmulas feitas, que são retidas de memória mas que não são analisadas pela cabeça. A linguagem que utilizardes para relacionar-vos com a população deve ser vossa própria linguagem, simples e num estilo natural. O estilo artificial proporciona à linguagem um certo pedantismo repelente. Muitos de vós seguramente recordais (talvez não) essas velhas beatas que percorriam os mosteiros. Havia muitas na Rússia antes da Revolução. Ouvir uma era o mesmo que ouvir todas as outras gaguejar: “Senhor, a mãe de Deus houve por bem contemplar tua divina imagem!” Não se deve ser como elas. Nosso idioma é rico e não deveis desfigurá-lo nem estropiá-lo; deveis habituar os meninos a que também não o façam. Mas, como acostumá-los? Exigindo deles que pensem antes de falar e não o contrário. Isto é o fundamental.

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Essas são as tarefas que se apresentam a nosso magistério. Em seu conjunto nosso magistério deve ter um.nível cultural ainda mais elevado. Não só no sentido de que os professores conheçam sua matéria, mas no sentido de que suas próprias exigências culturais sejam mais amplas. Vós mesmos vedes como a população urbana e rural, cujo nível cultural cresce a passos agigantados, tem grandes exigências culturais.

Nossa vida é cada vez mais complexa, exige que todos os nossos trabalhadores em todos os terrenos tenham uma “estatura” cada vez maior. Se agora, por exemplo, a “estatura” do professor é de dois metros, é preciso que seja pelo menos de dois metros e meio.

Os camaradas se referiram aqui à escassez de jornais. É certo que andamos escassos de jornais. Mas, apesar de tudo, os jornais não bastam para elevar o nível cultural. Precisa-se deles para a orientação política num dado momento, para cobrir as exigências do dia. Mas para elevar o nível cultural é mister recorrer à história da cultura, a todo o legado cultural da humanidade. Deve-se conhecer a literatura russa e, em particular, as belas letras. Isto é indispensável. O professor tem que tratar com o material humano mais jovem e impressionável. A meu ver, pelo menos, a literatura oferece um riquíssimo panorama de tipos humanos. Na literatura vemos os tipos humanos nas circunstâncias mais diversas. Por isso, o conhecimento da literatura é para vós quase um dever profissional. Assim sendo, a elevação do nível cultural há de consistir em primeiro lugar no conhecimento da literatura, que é a que mais contribui para enriquecer os conhecimentos do homem, a que melhor permite ao homem desenvolver-se (julgo por minha própria experiência), a que permite compreender melhor as pessoas.

Isto é tudo o que eu queria dizer-vos. Sobre esse tema se poderia falar até ao infinito, pois são muitos os problemas de vosso trabalho que esperam solução. Mas ouvistes o principal, o fundamental de quanto eu desejava dizer-vos. Desejaria apenas que ao regressar a vossas casas não vos esquecêsseis dos meus conselhos. (Grandes aplausos).


Inclusão 20/10/2012