logotipo
  Fascismo
foto Palavra de origem italiana. Deriva de «fascio» — o feixe de varas, distintivo próprio dos cônsules da Roma antiga. Do ponto de vista do seu conteúdo, o fascismo é a forma mais reaccionária, abertamente terrorista, da ditadura do capital financeiro. Esta ditadura é evidentemente instaurada pela burguesia imperialista para prolongar o seu domínio.
O recurso ao fascismo prova que a alta burguesia já não confia muito no conservar o poder político através da utilização dos meios burgueses ordinários — isto é, através dos meios da democracia parlamentar. Precisamente por isso o fascismo foge ao diálogo e à polémica com as forças adversas e antes as reprime pela força no domínio ideológico conduzindo ao mais negro obscurantismo. Ele significa irracionalidade, chauvinismo, racismo extremo.
Na verdade, a sua maneira de pensar anti-racionalista quadra bem com o desejo que aos fascistas anima de não fixarem frontalmente um «programa», o qual posteriormente realizariam por intermédio do exercício no poder. É muito típico do fascismo procurar primeiro a conquista do poder político, para só depois pensar em programas — facto que poderia levar a dizer-se que o fascismo constitui a ideologia da ausência de ideologia.
Aliás sabe-se que em Itália, por exemplo, o programa do fascismo antes da sua subida ao poder se resumia no grito «Itália a noi!». E não é sem razão já se ter dito que, depois da sua transformação em Estado corporativo, não constitui o fascismo, propriamente, uma forma política estatal assente sobre si mesma, antes e apenas um instrumento constituído para o exercício de uma ditadura.
Se a unidade da teoria fascista reside na violência das suas soluções (fascismo significa interdição de liberdades cívicas, quase eliminação dos direitos dos trabalhadores, combate às organizações intelectuais progressistas), por outro lado o fascismo tem apresentado, do ponto de vista nacional, várias formas específicas de organização. As mais conhecidas foram a italiana, o nacional-socialismo alemão, o franquismo espanhol, o corporativismo português.
  Fonte: Fernando Luso Soares - Introdução à Política I
MIA estrela Secção em Português estrela Temática